domingo, 1 de julho de 2012

O Nascimento de Penélope (Por Odisseu, seu Dono)


Primeiro veio a menina, nascida de um ventre materno mas que já estava fadada a se tornar serva e escrava de Odisseu.
Desde criança, mesmo sem saber, já vinha sendo guiada a encontrar aquele que iria por os grilhões em seus pulsos e tornozelos e a coleira em seu pescoço.
Encontraram-se por acaso (ou não), e começaram um relacionamento dentro daquilo que propunha esse encontro escrito há tempos no Universo. Porém, por vários motivos, até mesmo do amadurecimento de ambos o “relacionamento” não continuou, ficando apenas um relacionamento dito “normal” pela sociedade.
A semente estava plantada, estava geminando no interior daquela que se entregaria de corpo, alma e vida nas “mãos sagradas” do seu Mestre e Senhor. Passaram-se anos sem que tocassem no assunto. A vontade de da “mulher” crescia sem que ela própria desse conta da transformação que acontecia dentro do seu corpo, da sua vida.
As Leis do Universo agiam e traziam-na cada vez mais perto do destino que fora traçado desde sempre. Seu corpo se agitava e sabia que tinha nascido não para ser livre, mas para ser escrava. O que estava faltando era apenas tomar consciência do seu destino, tudo já estava preparado, pronto para receber esta vida que deixaria de ser “própria” para pertencer.
Num dado momento, depois de passar pelo amadurecimento necessário, como uma lagarta que vai se transformando dentro de um casulo em uma linda borboleta, a mulher percebeu que não mais queria existir. Precisava sair do casulo e entregar sua liberdade ao mundo do seu Dono. Passar a ser sua, a não ser mais dela própria e a deixar voar pela “liberdade da escravidão”. O ser humano/mulher viu a extrema necessidade de se tornar “objeto”, “coisa”, para a qual havia sido concebida e se entregar definitivamente ao seu “único” destino para que pudesse se realizar e ser plenamente feliz.
Então, no dia 24 de fevereiro desse ano, nasceu Penélope. A “mulher” estava morrendo numa velocidade maior e a escrava estava vindo tomar seu lugar. Um lugar que já era seu há muito tempo.
Hoje, a “mulher” já está fraca e o que existe em seu lugar é uma escrava forte, ciente da sua missão e para que veio. Ciente da sua vida e o que tem que fazer nela, pois sua vida não lhe pertence mais.
Apesar de a data oficial ser a citada, o nascimento de Penélope se deu há bem mais tempo. Tempo esse que nem ela e nem eu, seu Dono e Senhor, sabe precisar.
Hoje, existe somente {penélope} para Odisseu e Odisseu para sua {penélope}.

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